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CFO Esclarece: os perigos da automedicação e a importância da orientação aos pacientes odontológicos

CFO Esclarece: os perigos da automedicação e a importância da orientação aos pacientes odontológicos

Artigo científico publicado em dezembro de 2024 no International Journal of Advanced Engineering Research and Science (https://ijaers.com/detail/drug-products-intoxications-in-brazil-an-epidemiological-view-between-2012-and-2021/) "‌") dá conta de que pelo menos 1,2 milhão de casos de intoxicação foram registrados no Brasil no período entre 2012 e 2021. Destes, pelo menos 596 mil foram provocados por medicamentos. Além disso, o Brasil registra cerca de 20 mil mortes por ano devido à automedicação, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma).

Os dados são alarmantes e chamam a atenção para um problema de saúde pública comum não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Por esse motivo, o programa CFO Esclarece faz um alerta sobre a necessidade de permanente conscientização da população sobre os riscos do uso de medicamentos sem orientação profissional, sendo que os cirurgiões-dentistas possuem papel central na orientação aos pacientes.

O conselheiro do Conselho Federal de Odontologia, Glaucio de Moraes e Silva, professor de Farmacologia Clínica e membro do Comitê Nacional para o Uso Racional de Medicamentos do Ministério da Saúde, informa que as prevalências da automedicação podem que variar de 11,7% a 92%, variando significativamente entre regiões e populações. Índices similares ocorrem no campo da Odontologia e geralmente os casos envolvem o uso de analgésicos para dores de origem dentárias ou outros desconfortos orais.

“Fatores como dificuldades de acesso aos serviços de assistência odontológica; experiência anterior com o mesmo medicamento pelo próprio paciente, um familiar ou conhecido; crença de que o problema é menor e pode ser resolvido com auto tratamento; condições socioeconômicas e culturais influenciam a prevalência da automedicação em diferentes contextos”, pontua o conselheiro federal.

Apesar de comum, a prática da automedicação coloca a saúde do paciente em risco. A utilização de produtos farmacológicos por conta própria pode ser responsável pela ocorrência de efeitos colaterais e eventos adversos como, por exemplo, o potencial agravamento de doenças preexistentes, desenvolvimento de resistência a medicamentos e ainda possíveis quadros de intoxicação. Além disso, nos casos de interações medicamentosas pode haver intercorrências graves, levando a internações hospitalares prolongadas ou até mesmo à morte.

Automedicação pode atrapalhar atendimento odontológico
O CFO esclarece que, ao fazer uso de medicamentos por conta própria, o paciente pode prejudicar o atendimento odontológico. Isso porque, em muitas situações, analgésicos, antiinflamatórios e outras classes de fármacos podem mascarar ou aliviar sintomas, especialmente nos quadros de dor, levando à postergação da busca pelos consultórios odontológicos. Muitas vezes, em razão desta demora, pode haver piora da condição clínica.

Desta forma, em casos de urgência, é importante que o paciente busque orientação do cirurgião-dentista, que possui prerrogativa legal para prescrição de medicamentos para uso em tratamentos odontológicos. O profissional poderá não apenas medicar corretamente, como também já realizar o atendimento inicial indicado, dependendo das características de cada caso.

Orientação aos pacientes
No Brasil, a Lei Federal 14.912/24 estabelece campanhas permanentes sobre os riscos da automedicação, especialmente em relação ao uso de antibióticos e medicamentos controlados, visando informar a população e reduzir práticas inadequadas. Os profissionais de saúde em geral podem ajudar na pulverização das mensagens de conscientização, sendo a Odontologia uma das peças-chave nessa missão.

“O cirurgião-dentista tem função extremamente relevante nesse processo como agente educador em saúde, responsável por enfatizar a importância de promover práticas seguras de autocuidado, contribuindo para minorar os riscos associados à automedicação, sempre na perspectiva do uso racional de medicamentos”, conclui o conselheiro do CFO, Glaucio de Moraes e Silva.O 

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