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Atendimento aos pacientes com Fissuras Labiopalatinas no Estado é tema de debate

Atendimento aos pacientes com Fissuras Labiopalatinas no Estado é tema de debate
Criança do Rio de Janeiro que fez cirurgia pela OGN Associação Acadêmica da Operação Sorriso (OSCA).

Diante da suspensão das cirurgias para tratamento de pacientes com Fissuras Labiopalatinas no hospital Pediátrico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), várias entidades estão se mobilizando para promover nesta quinta-feira, 28, às 19 horas, no auditório da Academia Norte-riograndense de Odontologia, um debate sobre Atendimento aos Pacientes com Fissuras Labiopalatinas no Estado.

O debate faz parte da Semana Estadual de Educação, Conscientização e Orientação sobre Fissuras Labiopalatinas, criada pela Lei Estadual nº 9.101, de 9 junho de 2008, que, segundo o presidente Associação Brasileira de Fissuras Palatinas (ABFP/RN), Rubens Azevedo,  nunca foi cumprida.

Presidente da ABFP/RN, o cirurgião-dentista relata que cerca de 300 pacientes no Estado aguardam cirurgias, que foram suspensas em maio de 2014 pelo governo do Estado e pelo hospital Pediátrico da UFRN sem muitas explicações.

“Estamos na Semana Estadual de Educação, Conscientização e Orientação sobre Fissuras e este debate é para chamar a atenção da sociedade e dos governantes para o problema desta suspensão das cirurgias, que afeta tantos pacientes e familiares”, explica Azevedo.

Ele conta que até o ano passado cerca de 300 pacientes eram tratados no hospital Pediátrico por uma equipe multidisciplinar, envolvendo cirurgiões-dentistas, cirurgiões plásticos, enfermeiros, anestesiologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras e geneticistas, além de voluntários não-médicos e integrantes da Associação Acadêmica da Operação Sorriso (OSCA).

Segundo Azevedo, o debate será informal e foram convidados profissionais que atuam nessas cirurgias corretivas.

Também devem participar do debate o presidente do Conselho Regional de Odontologia do RN (CRO-RN), Gláucio de Morais e Silva, representantes da Operação Sorriso, as enfermeiras Sílvia Natch e Rogéria Abrantes, lotadas na Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), do Centro de Reabilitação Infantil (CRI), além da diretora da Escola de Aperfeiçoamento da Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia, que trata pacientes fissurados através do Curso de Especialização em Ortodontia, a cirurgiã-dentista Moema de Lemos Santos Barreto.

SIMPÓSIO

Em abril passado, foi realizado no auditório da Escola de Enfermagem da UFRN, o 1º Simpósio Norte-riograndense de Fissuras Labiopalatinas, numa iniciativa da ONG internacional Operação Sorriso, que realiza mutirão de cirurgias em pacientes com este tipo de anomalia congênita.

A ONG Operação Sorriso é formada exclusivamente por profissionais voluntários e realiza mutirões de cirurgias em pacientes portadores das diversas formas de fissuras labiais e/ou palatinas em toda parte do mundo.

Segundo Rubens, ainda não tem data para a realização deste mutirão no Rio Grande do Norte.

Ele lembra que a Associação Brasileira de Fissuras Palatinas sempre combateu a prática de oferecimento apenas da cirurgia, como preconiza a Organização Mundial de Saúde, já que a reabilitação dos pacientes demanda um trabalho integrado da equipe inter e multidisciplinar, que dura em média 18 anos.

O presidente da ABFP/RN explica que uma criança com fissura palatina precisa passar por uma série de cirurgias corretivas e tratamento que envolve vários profissionais da saúde. A criança é acompanhada até a fase adulta, passando por várias cirurgias de acordo com o seu crescimento e desenvolvimento ósseo e muscular.

O atraso na realização destas cirurgias, segundo o cirurgião-dentista, podem trazer  consequências imprevisíveis, que variam de acordo com cada tipo de fissura apresentada pelo paciente. “Mas com certeza o prejuízo para o tratamento é muito grande, principalmente se ele estiver na fase de fazer uma nova intervenção e ela demorar muito para acontecer”, alerta Azevedo.

Ele ainda acrescenta que há o risco grande da criança perder tudo o que já foi conquistado e ter que recomeçar todo o processo, já fora da idade ideal, tanto para as cirurgias, como nas demais especialidades, como por exemplo, fonoaudiologia, otorrino e psicologia.

Mas diante da suspensão do atendimento a estes pacientes no Rio Grande do Norte, o dentista diz que o mutirão da ONG é bem vindo.

“Assim sendo, temos de reconhecer que a iniciativa é muito bem-vinda, pois os pequenos pacientes que serão cadastrados numa ação próxima, por parte de grande equipe dessa conceituada ONG, serão atendidos”, diz o presidente da ABFP/RN, que atua no Estado desde 2006.

“Desde que foi criada, a nossa associação tem buscado a imprescindível meta da reabilitação total dos pacientes portadores das diversas formas de fissuras labiais e/ou palatinas no Rio Grande do Norte, mas, infelizmente, ainda não foi alcançada”, afirma Azevedo.

“Louvamos a iniciativa do Simpósio e, como dissemos na Abertura do evento, esperamos que sirva também para a conscientização da comunidade e dos gestores - municipais e estaduais - sobre a importância e necessidade do engajamento para atingir a referida meta, sendo um marco nessa nobre luta”, finaliza.

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